Sendo um diretor inteligente, Vladimir Seixas, (cineasta, filósofo, e mestrando em Estética e filosofia da Arte), usou em seu documentário, argumentos para tornar “Hiato” interessante e, ao mesmo tempo, revoltante.
O filme apresenta um assunto que prende o telespectador, que é o preconceito. E por meio de imagens e depoimentos daqueles que ocuparam o Shopping Rio Sul, no dia 03 de agosto de 2000, em um breve passeio; ocupantes estes sem-teto, sem boas vestimentas, mas que, na realidade, vivem dignamente trabalhando, pagando impostos e com os mesmos direitos dos vendedores e do gerente que os descriminaram com atitudes desmerecidas. Donos de lojas fechando as portas, retirando as mercadorias, gritando para que toda a guarda policial tomasse providências, chamando assim, a atenção de toda a imprensa ali.
A feição de nojo dos vendedores e a falsa superioridade são filmadas e passada pelos telespectadores com imagens e sons de não muita qualidade. Parece até que todo aquele sentimento de desprezo foi repassado para a câmera.
É revoltante a forma com que os moradores expõem suas opiniões sobre as atitudes tomadas por aqueles vendedores. Em uma entrevista feita, uma moradora afirma: - "Queríamos apenas ir ao shopping! Somos pessoas normais!" Palavras ditas por uma cidadã que reside em um país liberal.
